Umbanda

História da Umbanda

Nesta aula continuaremos a estudar a história da umbanda.
Consideramos de importância capital o estudo da origem da umbanda, pois somente através do conhecimento teremos condições de afirmar com segurança o que é a Umbanda.
Os assuntos tratados nesta aula já estão divulgados em livros, revistas e demais publicações a muitos anos, mas infelizmente a grande maioria dos umbandistas ainda desconhece a história de sua religião.
Já em 1933 Leal de Souza falava sobre Zélio de Moraes no livro "O Espiritismo, A Magia e as sete linhas da Umbanda".
Infelizmente ainda encontramos pessoas que começaram a frequentar a umbanda a poucos anos, e criticam e não aceitam a origem da umbanda com Zélio de Moraes.
Não fosse a grande divulgação feita pela Internet, muitos ainda estariam achando que a umbanda não teve um começo...
Graças ao empenho de pessoas dedicadas, que pesquisaram profundamente a história, podemos afirmar com grande chance de acertar, que a Umbanda foi iniciada por Zélio de Moraes, em 1908.


História da Umbanda

Podemos afirmar quando a umbanda começou?

Quando pesquisamos sobre a história da umbanda, encontramos opiniões diferentes sobre este tema:

1) Alguns acreditam que a umbanda começou na lendária Atlântida ou em Lemúria; aqueles que defendem esta idéia chamam a umbanda por "AUMBANDAM".
Normalmente os Terreiros que seguem os fundamentos esotéricos são os que defendem esta opinião.
Seus fundamentos são oriundos da TEOSOFIA.
No primeiro congresso de umbanda (1941) Diamantino Coelho Fernandes, que pertencia a Tenda Mirim apresenta um trabalho mostrando a origem do nome UMBANDA.
Segue abaixo um pequeno trecho:
"O Espiritismo de Umbanda na Evolução dos Povos - Fundamentos históricos e filosóficos".
"O vocábulo UMBANDA é oriundo do sanskrito, a mais antiga e polida de todas as línguas da terra, a raiz mestra, por assim dizer, das demais línguas existentes no mundo.
Sua etimologia provém de AUM-BANDHÃ (om-bandá) em sanskrito, ou seja, o limite no ilimitado...
A significação de UMBANDA (o correto seria Ombanda) em nosso idioma, pode ser traduzida por qualquer das seguintes fórmulas: Princípio Divino; Luz Irradiante; Fonte Permanente de Vida; Evolução Constante."
Estes estudos foram aprofundados por Matta e Silva (foto ao lado) que em 1956 publica o livro "Umbanda de todos nós" que é considerado a origem da chamada umbanda esotérica.

2) Outra corrente defende a idéia de que a umbanda tem sua origem na África.
Normalmente aqueles terreiros que possuem fundamentos africanos, ou são oriundos do culto Omoloko é que aceitam esta origem.
Tancredo da Silva Pinto foi uma das pessoas que mais estudou e divulgou esta versão sobre a origem da umbanda.
Tancredo nasceu a 10 de agosto de 1904 em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro vindo ainda na adolescência para o então Distrito Federal.
Em 1950, por ocasião das grandes perseguições aos umbandistas de vários estados, resolveu fundar a Federação Umbandista de Cultos Afro-brasileiros.
Viajou por diversos estados, fundando outras associações com o escopo de organizar e dar personalidade ao culto umbandista.
Foi um fiel defensor da prática africanista ao culto umbandista e ao Omolokô.
Apesar de analfabeto, o humilde estafeta dos correios “escreveu” diversas obras de cunho umbandista e manteve colunas diárias em jornais cariocas, como “O Dia”. Faleceu no dia 1 de setembro de 1979.

Minha opinião sobre a umbanda:
A umbanda é uma egregora dentro de muitas egregoras universalistas, formando uma rede mutável e transformadora que se enquadra dentro de cada coração e se manifesta no amor, independente de como se pratica ou influencias que possa ter sobre o culto de lugar para lugar, de terreiro para terreiro, mantendo sempre a sua essência de respeito as diferenças formas de praticar as Umbandas.














______________________________________________
******************************************************************



ABC DE UMBANDA

1. O que é um Orixá?
São divindades africanas diretamente relacionadas às forças da
natureza. Seriam as falanges específicas que trabalham
especializadas em determinado meio, como mar, céus, plantas, etc.
Um Orixá é um regente mantenedor de uma das forças do mundo material mesmo sendo ele universal/divino, sempre abaixo de Olórum, o Deus Supremo.
Fala-se, também, que seriam antigos governantes ou lideres de tribos africanas tornando-se deuses Orixas após a morte e retornando para rever seus descendentes/Familiares.
Na África, há em torno de mais de 600 Orixás. Nos Candomblés em torno de  16 e Nas Umbandas em torno de 14 ou 16.

2. O que é Candomblé?
É uma religião de origem africana, com seus rituais e
sacrifícios, que cultua Orixás, Voduns e Inkices, dependendo das
diversas Nações de que se compõe, a saber: Ketu, Jeje, Mina-Jeje,
Fon, Ijexá, Nagô-Vodun – estas de origem sudanesa – e Angola,
Congo e Muxicongo – de origem bantu.

3. O que é Nação?
É uma das diversas nações africanas que vieram ao Brasil no tempo
da escravidão. Há a Sudanesa (Nagô, Jeje, Jeje-Nagô, Mina-Jeje,
Muçurumin) e a Bantu (Angola, Congo, Angola-Congo). Pode
designar, no Rio Grande do Sul, o Candomblé local, conhecido
também como Batuque.

4. O que é Umbanda?
Surgiu em 1908, no Brasil. Grosso modo, seria a mistura do culto
angola-congo (misturado com o nagô), noções de Espiritismo,
esoterismo, pajelança e até mesmo budismo. Umbanda pode ser entendida como “Amor e Caridade”.

5. O que é Quimbanda?
São assim chamados, pelos umbandistas, todas aquelas casas
(terreiros, centros), trabalhadores ou falanges que trabalham com
a magia negra, ou seja, “fazendo o mal”. A Quimbanda possui sete
falanges (linhas) diferentes das da Umbanda, que trabalham muito
com os Espiritos da Goécia e outras localidades antigas.

6. O que é um Orixá de Cabeça?
O mesmo que Orixá de Frente. No Brasil, costuma-se dar uma pessoa
a dois Orixás, normalmente formando casais, sem ser, com isso,
regra. Em certos cultos, adotam-se três Orixás, os demais seriam
conhecidos como “passagens”, exercendo menor influência. O Orixá
de Cabeça corresponde à energia básica, fundamental, de um
indivíduo, dando-lhe características mais marcantes em sua
personalidade. O segundo é o Ajuntó, de características mais
sutis, muitas vezes amenizando o caráter do Orixá de Cabeça, que
poderá Ter o caráter arrebatado por ser jovem e guerreiro. O
terceiro seria o Orixá de Herança, que acompanha a família por
algumas gerações.

7. Quais os Orixás que combinam entre si?
Varia muito de lugar para lugar, sendo vistos no jogo de búzios.
Para alguns cultos e nações, o Orixá Exu apenas se combina com um
tipo de Ogum, ou Oxalá apenas com Iemanjá e um tipo de Oxum.

8. O que é pemba?
Em sua origem, é um calcáreo extraído da terra, cuja finalidade é
riscar os pontos que identificam a linha vibratória da entidade.
Há de diversas cores. A mais comum é a branca, que serve para
todos, pertencente a Oxalá.

9. Quais são as leis de Umbanda?
São 10 os princípios básicos que regem a Umbanda:
9.1 Crença em um Deus único, onipotente, eterno, incriado,
potência geradora de todo o Universo material e espiritual,
adorado sob vários nomes.
9.2 Crença em entidades superiores: Orixás, anjos e santos que
chefiam falanges.
9.3 Crença em guias, em planos médios, mensageiros dos Orixás,
anjos e santos.
9.4 Existência da alma e sua sobrevivência após a morte.
9.5 Prática da caridade desinteressada, na busca de aliviar o
carma do médium.
9.6 Lei do Livre-Arbítrio (da livre escolha), pela qual cada um
escolhe fazer o bem ou o mal, e o ser humano afiniza com sua
faixa vibratória e a do ambiente que o cerca.
9.7 O ser humano é a síntese do Universo.
9.8 Crença na existência de vida inteligente em todo o Universo,
vivendo e habitando.
9.9 Crença na reencarnação, na lei cármica de causa e efeito.
9.10 Direito de liberdade de todos os seres.

10. O que é reencarnação?
A crença no renascimento do espírito em um novo corpo, em eterno
aprimoramento e evolução. Eterno porque perfeito é apenas Deus,
pois, se não, já haveria muitos Deuses na Criação.
Não se aceita a metempsicose (a reencarnação de um homem em corpo
de um animal), pois haveria o retrocesso no aprendizado em
determinado momento da evolução de cada indivíduo.

11. O que é a Lei de Causa e Efeito?
Todo efeito tem uma causa, assim como todo o malfeito é atraído
de volta por sintonia fluídica, assim como o bem. Devemos
entender que as pessoas são como ímãs que se atraem por afinidade
de idéias e ambientes. É o popular “Colhe-se o que se planta” ou
“Dize-me com quem andas e te direi quem és”.

12. O que é Chacra?
São os locais de concentração de magnetismo no corpo, onde se
aglomera os centros nervosos do corpo humano.

13. O que são as Linhas Auxiliares?
Como o nome diz, são os auxiliares dos guias. Normalmente, são os
espíritos que tiveram sua última reencarnação em período mais
atual. Os marinheiros atuam na Linha das Águas, como ativos
auxiliares nos tratamentos de purificação, tais como vícios de
qualquer espécie. Os baianos são o elo de ligação dos guias à
Terra. Os boiadeiros cuidam da harmonia entre os médiuns durante
os trabalhos.

14. O que são os boiadeiros?
Entidades responsáveis pelo bom andamento dos trabalhos e por
tornar o grupo mediúnico harmonizado entre si. São conhecidos
também por oguns, guardiões, vigilantes (dentro da literatura
espírita, vistos em Nosso Lar, de André Luiz e outros).

15. O que é um ponto riscado?
Já vimos que o ponto cantado auxilia na sintonia mental com a
linha vibratória que estamos invocando. O ponto riscado
identifica a origem da entidade, quais os seus domínios e a quem
é subordinada. Risca-se com a pemba.

16. Orixá é entidade?
Segundo os pesquisadores, não. Um Orixá é energia vinda de um
elemento primordial. Existem entidades que trabalham com essas
energias e são especializadas nelas. São com tais energias que os
umbandistas trabalham. Assim, mesmo que a entidade se identifique
como Oxóssi ou Odé, não é o Orixá em si, mas está se
identificando em sua linha vibratória. Isso explica porque pode,
em um mesmo trabalho ou simultaneamente em vários locais, haver
entidades com o mesmo nome.

17. Existem proibições alimentares a filhos do mesmo santo?
Por uma questão de formação básica dos corpos, de afinidade das
entidades, as proibições existem. Daí os africanos criarem as
muitas lendas, tão conhecidas no Candomblé. Os filhos de Oxalá,
tenho visto, têm verdadeira indigestão com o azeite-de-dendê. As
entidades chamadas do Oriente detestam quando seus médiuns
ingerem, no dia de trabalho, carnes vermelhas e alimentos
picantes, sob a explicação do excesso de fluidos pesados que
ficam no corpo do médium, sendo necessárias verdadeiras limpezas
espirituais e físicas, antes da incorporação.

18. Umbanda é religião cristã?
Em seus princípios (leis de Umbanda), há a crença em um Deus
único e a caridade desinteressada, visto nos mesmos princípios do
Evangelho de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo. Jesus, por sua vez, ocupa seu lugar nas preces
como o divino coordenador ou mesmo na figura excelsa de Oxalá,
sendo Deus, Ifá (1). Por que, então, não considerá-la cristã?

19. O que são quiumbas?
Seriam os espíritos de mortos sem luz ou esclarecimento,
escravizados pelos seus próprios sentimentos em grande ódio e
revolta. São as levas de obsessores existentes na
espiritualidade, que induzem idéias maléficas aos vivos, apreciam
fingir que são entidades iluminadas, quando não o são. Da mesma
forma, são os verdadeiros executantes da magia negra e os
vampiros do astral.

20. E os mortos?
Não são Orixás, podendo se tornar um guia, Exu, auxiliar ou anjo,
de acordo com sua elevação espiritual. São chamados de Eguns.
(1) Ifá, segundo os mitos, teria sido o primeiro babalaô (adivinho) e
é confundido com a própria figura de Orunmilá, por alguns autores.
Para outros, Orunmilá seria Deus. Na realidade, Deus é conhecido
como Olodumare ou Olorum (na mitologia iorubá) ou ainda Zambi (na
mitologia banto). Orunmilá é um Orixá/Imolê da categoria dos
funfun (Orixás brancos).(Nota da autora).

21. O que é amaci?
Banho purificatório na cabeça, feito com folhas, flores, mel,
perfumes e outros, de acordo com orientação dada pelo diretor dos
trabalhos. Sua finalidade é auxiliar na incorporação e “assentar”
a mão do guia espiritual.

22. O que é amuleto e talismã?
Nada mais é do que um objeto magnetizado. O amuleto serve para
afastar fluidos pesados, alguns exemplos são: medalhas, figuras,
imagens, inscrições ou objetos variados. O talismã serve para
atrair bons fluidos. O patuá seria um dos mais populares
amuletos, feito com material preparado, costurado em tecido, sob
a forma de saquinhos, papel, etc.

23. O que é Aruanda?
Lugar onde moram os Orixás e as entidades superiores. No
Catolicismo é o Céu. No Espiritismo são as colônias espirituais.

24. O que é uma oferenda?
Na Umbanda trabalha-se com os quatro elementos da Natureza: água,
fogo, terra e ar, como matéria-prima básica. Manejados
convenientemente, por entidades especialistas, promovem o
equilíbrio, o descarrego, a harmonia. Na Umbanda, em respeito à
Natureza, nada pode ser retirado sem uma restituição ao elemento
básico. Muitas vezes, ao entregar-se determinada oferenda, por
afinidade fluídica, a mesma fica saturada dos fluidos densos
retirados do solicitante, pelas entidades. Assim, os Exus
utilizam o álcool com fins de evitar os vícios no médium; o
dendê, para evitar a desordem psíquica; a farofa, para trazer
bens materiais (alimentação); a pipoca, para atrair doenças
cármicas dirigidas ao médium.

25. Existe o feitiço?
Infelizmente, sim. São trabalhos feitos pela quimbanda com fins
de prejudicar alguém, perfeitamente lógicos, dentro do ponto de
vista magnético.

26. Pode-se evitar o feitiço?
Já vimos no conceito de magnetismo que, dependendo da sintonia
que vibre em cada um, pode-se assimilar o feitiço ou não. Nesses
casos, quando a pessoa tem “um santo forte”, ou seja, vibra em
freqüência mais elevada, a onda do mal emitida tende a
ricochetear e, muitas vezes, retorna a quem o emitiu, que, na
realidade, vibra nessa faixa, pelo simples fato de Ter desejado o
mal.

27. Qual o valor das palavras na Umbanda?
A palavra, no Antigo Egito, era sinônimo de criação. Tanto é
verdade, que uma palavra exprime uma idéia. Uma idéia, um
pensamento. E um pensamento é onda que é emitida. Daí usar-se
algumas palavras que exprimem complexos sentimentos carregados de
amor, nos trabalhos de Umbanda. São os conhecidos mantras, na
Índia.

28. O que é um ritual?
É um processo gradativo, onde se utilizam acessórios, os mais
diferentes possíveis, até ser atingido o clímax desejado. Na
verdade, assemelha-se a uma subida em uma escada, degrau a
degrau, freqüência a freqüência, até a sintonia com as falanges
desejadas, cujos objetivos podem variar sobremaneira.

29. Existe maldição ou praga?
Seria a mesma explicação dada na questão 27. As famosas pragas de
mãe e madrinha nada mais são que palavras emitidas com poderoso
influxo magnético acolhidas e realimentadas por quem as recebe,
em baixo padrão vibratório. Como todas as coisas já vistas, o que
pode repelir todas as coisas dirigidas ao mal é a elevação do
pensamento, do teor vibratório, rechaçando por não afinidade
magnética.

30. Há nomes que não devem ser ditos na Umbanda?
No Candomblé, o nome Xapanã, por exemplo, não deve ser
pronunciado. No Sul do país popularizou-se, inclusive, abafando
os nomes de Omolu e Obaluaiê, comuns no resto do país. Cada letra
possui um som. Cada som produz uma freqüência. A soma das letras
produz um nome que poderá, ou não formar uma melodia harmoniosa
do ponto de vista espiritual. Todavia, antes de mais nada, não
produz efeitos desastrosos se comparados ao teor de pensamento
que exprime a palavra.

31. Por que é tão comum colocar-se, na magia negra, objetos dentro de
colchões, travesseiros, cobertas ou escondidos dentro das casas?
No primeiro caso, na tentativa de o objeto magnetizado ficar, o
maior tempo possível, em contato com a pessoa visada. No segundo,
para continuar irradiando, o maior tempo possível, sem ser
descoberto no ambiente.

32. O pensamento tem cor?
Por incrível que pareça, tem. Segundo Ramatis: “A qualidade do
pensamento determina-lhe a cor; a natureza do pensamento compõelhe
a forma; e a precisão do pensamento determina-lhe a
configuração exata”. (Magia de Redenção, página 64, citado na
bibliografia). Dependendo da intensidade do mesmo, podem-se criar
as conhecidas formas-pensamento, citações estas com volume, cor,
som, verdadeiros marionetes espirituais de quem os criou. Na
maioria das vezes, exprimem o verdadeiro interior de cada um,
visíveis pelos guias que as analisam. São percebidas, também,
pelos médiuns videntes e, muitas vezes, confundidas com
entidades.

33. Por que é tão comum despachar-se objetos em água corrente?
Sabemos que a água é um dos mais poderosos elementos da natureza,
no que se refere a sua capacidade de excelente condutor de
eletricidade e fluidos quaisquer, sendo um poderoso solvente. Ao
atirar-se o objeto saturado, a água de imediato absorve esse teor
magnético, levando-o para longe do enfeitiçado (ou aquele que
quer desvincular-se de objetos imantados). Assim, quebra os
vínculos que antes existiam, por proximidade ou assimilação do
dono.

34. E água fluida?
É digna de um livro sobre o assunto, tal sua complexidade e
utilização. Já vimos que a água é um solvente magnífico, por sua
formação molecular e magnética de elevado poder. É usada
amplamente pelos marinheiros no tratamento de perturbações
psíquicas e vícios. A água fluida nada mais é do que um veículo
preparado com elementos espirituais e da natureza, saturada por
hábeis manipuladores do astral, com fins terapêuticos.
Pessoalmente, já tive a oportunidade de acompanhar os trabalhos
de um preto-velho que, preparando vidros de água fluida, curou
indivíduos minados de vícios de toda a espécie.

35. E o Sol? Por que há trabalhos antes e depois do entardecer?
A vida terrestre gira em torno do Sol. Sua radiação magnética de
calor e luz são conhecidas. As de caráter espiritual, muito
pouco. São nesses horários, antes e depois do pôr-do-sol que
observamos a maior intensidade de raios infravermelhos (verdes,
no plano espiritual) capazes de dissolver, especialmente, as
formas nocivas de trabalhos dirigidos ao mal.

36. Por que se utilizam de unhas e cabelos da vítima em trabalhos?
São os conhecidos “endereços-vibratórios”, tão citados em obras.
Por trazerem em si idêntico magnetismo da pessoa visada, servem,
no plano espiritual, como verdadeiro roteiro para encontrá-la. Um
exemplo são os médiuns que, tocando objetos pertencentes a
alguém, localizam vítimas, locais, ou descrevem o portador com
detalhes, o que fazia e sentia.

37. E as benzeduras?
Nada mais são do que passes magnéticos. Nossos pretos-velhos eram
eficazes, assim como nossos índios. Utilizam-se de metais
(tesouras, facas, excelentes condutores de eletricidade), água,
ervas, saliva, etc. como condutores desse magnetismo curativo.

38. E os quebrantos? O olho-grande ou gordo?
Funcionam similar às pragas. Há pessoas que, de baixo teor
espiritual e magnético, emitem algumas sem o desejar, poderosos
feixes de caráter nocivo, capazes de matar plantas, animais ou
causar mal-estar em pessoas. Desde criança ouvia uma história de
um galo, muito bonito, vítima desse tipo de enfeitiçamento
verbal, morto imediatamente após Ter sido emitido pela pessoa que
o admirou.

39. E as figas, cruzes, elefantes de gesso e outros?
Objetos os mais variados possíveis em todo o mundo, tornam-se
populares como “quebradores” de olho-grande. Ao serem colocados
em locais visíveis, alguns preparados para dissolver descargas
negativas, são a primeira coisa a ser vista por aqueles
portadores desse tipo de magnetismo pesado, recebendo, em
primeiro lugar, a descarga do mesmo. Ou seja, viram objetos de
“descarrego” da limpeza, absorvendo ou dissolvendo tais vibrações
na entrada das residências.
Todos esses objetos e práticas auxiliam muito como paliativos, no
teor magnético existente nas casas. Todavia, o mais importante é
o tipo de ambiente que é criado pelas mentes que ali habitam. Se
não, tornam-se inúteis ou de muito baixa influência.

40. Por que se sintam as figas de vermelho e outros objetos, na
Umbanda?
Na escala de cores, cada qual possui uma freqüência específica. O
vermelho, enter as cores visíveis por nossos olhos, possui a mais
baixa, de teor mais pesado, em comparação com as demais. As
entidades das zonas umbralinas, do “inferno”, como são chamadas
essas regiões no plano astral, costumam vestir-se de vermelho,
cor enervante, sangüínea, que exprime as paixões inferiores, como
nos cita André Luiz, na obra Libertação. Dentre as cores,
misturadas, é a que primeiro chama a atenção, tal qual um perfume
forte. Daí ser escolhida para trabalhos ou usada pelas entidades
que se utilizam dos fluidos mais pesados, como vestuário, na
espiritualidade.

41. E os objetos de cera, e as velas?
A cera natural, vinda das abelhas, é impregnada dos fluidos
existentes nas flores, em grande quantidade. Este elemento, vindo
da natureza, é utilizado na prática do bem e do mal como matériaprima
poderosa para somar-se com os teores dos pensamentos,
tornando eficaz o trabalho e o objetivo ao qual se propõe.
Comparada a uma bateria, uma pilha natural, a cera sempre foi
utilizada em larga escala na magia.

42. E a vela?
É considerada, na espiritualidade, como uma das melhores
oferendas por Ter, em sua formação, os quatro elementos da
natureza ativos, desprendendo energia. O fogo da chama, a terra
(através da cera), o ar aquecido queimando resíduos espirituais.
O umbandista não deve, jamais, retirar nada da natureza sem
deixar, ao menos, uma vela para repor aos elementais o fluido
retirado do seu ambiente, em profundo respeito à criação divina.

43. E os elementais?
Sem eles a Umbanda não existiria. São entidades primárias, quase
infantis na espiritualidade, sempre dirigidas por entidades
superiores, habitando um dos quatro elementos. No fogo, as
salamandras que trabalham na área relacionadas ao amor, ao sexo,
à amizade, à agressividade e proteção. Na terra há vários, sendo
os mais conhecidos os gnomos, cuja atividade relaciona-se ao
trabalho, à criatividade, à perseverança e aos bens materiais. As
ondinas, nas águas, atuam na sabedoria, na doçura, nas atividades
espirituais e mediúnicas. No ar, os silfos, ágeis e inquietos,
dominam as áreas da saúde, da cura e do equilíbrio físico e
mental.
Todos eles participam dos trabalhos umbandistas como auxiliares
valiosos e nas outras doutrinas e religiões, muitas vezes, em
discreto anonimato.

44. E os elementares?
São diferentes dos elementais. São entidades muito primitivas em
situação intermediária entre o animal e a racionalidade.
Dirigidos por entidades, colaboram na limpeza, na guarda, tomando
formas as mais variadas possíveis. São colaboradores dos Exus e
boiadeiros, principalmente.

45. E a aura humana?
Sem ela fica muito difícil compreender a origem das energias
existentes no magnetismo humano, principal responsável nos
fenômenos do mau-olhado, do passe, na imantação dos objetos. É
resultante da mistura e união das energias caloríficas e
luminosas do sol, dos minerais subterrâneos, da radiação atômica
na natureza, da água ingerida e da assimilação de energias de
outros corpos, tais como plantas, animais e o próprio homem.
Irradia, em torno do corpo físico, uma luminosidade que, pela
análise de cor, varia do tom mais brilhante que, pela análise de
cor, varia do tom mais brilhante ao mais escuro, se doente. É
distinta da aura existente no duplo etéreo (perispírito, Ba
egípcio, duplo, etc.), que é o elo de ligação semimaterial do
espírito ao corpo físico. Pelo teor dos pensamentos e sentimentos
do espírito, varia dos tons azulados e dourados, mais sublimes,
aos tons avermelhados e escuros das paixões inferiores e doenças
espirituais. O tamanho da aura do duplo etéreo varia em proporção
ao grau de elevação espiritual do indivíduo.

46. E as crendices?
Onde há fumaça, há fogo, diz o ditado popular. Há crendices
verdadeiras e falsas. Quando muitos dizem que determinada
atividade é correta, deve-se analisar os fundamentos do ponto de
vista científico e espiritual. Ou seja, devem ser analisadas
friamente, sem serem repetidas, mecanicamente, sem discussão
prévia. Certa vez ouvi que determinada imagem, dentro de casa,
produziria efeito negativo na sexualidade feminina e coisas do
gênero. Já falamos repetidamente que o que vale são os
pensamentos e a magnetização dos objetos. Como foi comprovado,
mais tarde, a dita imagem nada produziu de negativo, muito pelo
contrário.

47. Por que se fala tanto em arruda, guiné e outras ervas?
São ervas que, pela utilização popular e orientação espiritual,
ficaram muito conhecidas. As ervas, ao crescerem, absorvem as
radiações do Sol, da Lua, dos minérios, enfim, de toda a
natureza, e dos elementos espirituais, à semelhança da aura
humana. A arruda é conhecida por murchar e secar em casas,
terrenos ou regiões onde há abundância de fluidos danosos. Um
verdadeiro termômetro da natureza.

48. E defumação?
Nada mais é do que plantas que, com todo o magnetismo absorvido
da natureza, ao serem queimadas e suas emanações dirigidas por
entidades encarregadas da purificação de ambientes, diluiriam
fluidos pesados ou atrairiam boas vibrações. Usam-se desde a
tradicional arruda ou outras ervas, cascas de alho, açúcar,
resinas aromáticas, etc.

49. Por que incorporar Exu ou Pombagira?
É comum ouvir-se frases do tipo “deve-se deixar vir o povo de rua
para ‘desamarrar’ a vida”. Ao incorporar um Elebara (Exu ou
Pombagira), o médium é alertado conscientemente ou
inconscientemente para não desenvolver os seus piores instintos
ou evitar que esses comandem suas vidas. Pela assimilação
magnética, os Elebaras costumam carrear excessos de fluidos
pesados. Ao incorporar, no médium, em franca operação de limpeza,
diz-se que “carregam” ou “assumem” parte do carma do mesmo, desta
forma. Esclarece-se que eliminar o carma é impossível, mas
aliviar o destino que daremos a nossas vidas é perfeitamente
viável. Por isso, podemos afirmar que minimizam, reduzem, aliviam
acidentes, minoram doenças, criam convicções de boa conduta e
correção de caráter. São verdadeiros faxineiros do astral e
preciosos amigos.
Devido a seu caráter zombeteiro e brincalhão, alguns “pedichões”
de oferendas, por falta de esclarecimento dos guias e médiuns,
são vistos de soslaio com muita desconfiança nas casas ditas
“não-cruzadas”, ou seja, onde não há trabalho específico dos Exus
com o público (giras) e sacrifícios. São, infelizmente, muito
confundidos com obsessores, arruaceiros, entidades “primitivas” e
“ignorantes”, como são chamados. O que podemos dizer é que se
deve observar o conteúdo das mensagens dessas entidades, o
comportamento, o comprimento das promessas (sobretudo, o aval dos
guias), conduta da casa e do grupo mediúnico, naqueles parâmetros
do bom senso. Não devem ser temidos, mas respeitados.
Em suma, pode-se afirmar que os Exus garantem, assim, muito maior
proteção, uma vida menos problemática, um salutar vínculo de
amizade criado entre trabalhadores de ambos os lados da
espiritualidade.

50. Ouve-se muito falar nas fases da Lua propícias a trabalhos. No
que se fundamenta?
A ação eletromagnética da Lua é conhecida desde a mais remota
antiguidade nos fenômenos das marés, na germinação e crescimento
das plantas, na poda de plantações, na fecundação dos seres, nas
alterações de humor e um sem-número de fenômenos. Já que se trata
de trabalhos, com fins quaisquer, é natural que se escolham dias
em que a força eletromagnética da Terra, sob a influência lunar,
crie um ambiente mais propício ao crescimento, ou não, do teor
magnético nocivo ou benigno desses mesmos trabalhos.

51. Afinal, qual a diferença entre Exu e quiumba?
Os quiumbas são malfeitores do astral, avessos ao bem e altamente
perturbadores. Tanto que há concordância entre autores quanto ao
fato de serem eles os verdadeiros executores dos trabalhos
destinados ao mal. São os costumeiros “encostos” ou “rabos de
encruza”.
Fazem-nos pensar que muitos quiumbas mistificam, fingindo, em
casas desatentas, serem Exus ou até mesmo Orixás, com fins de
alcançar seus objetivos.
Os Exus, não. São eles que desmancham os trabalhos de magia
negra, transportando magneticamente as mazelas, as dores e
doenças físicas e espirituais, aliviando carmas. Alguns Exus, por
estarem ainda no início de sua evolução, como trabalhadores do
bem, necessitam, necessitam orientação e doutrina, tanto pelo
médium como pelos diretores dos trabalhos (cacique, chefe ou
babalorixá) e devem ser colocados na disciplina da casa. Daí
temos os Exus orientados, que não pedem sacrifícios, com
oferendas mais simples, e aqueles que não tiveram uma colocação
correta, que se acostumam com extravagâncias e exigências
repletas de vaidades humanas.

52. Por que os Exus aparecem nas imagens em formas tão assustadoras?
Foi-nos explicado em uma consulta com entidades de sua linha. Os
Exus costumam tomar tais formas como meio de impor respeito e
medo a espíritos inferiores (quiumbas) e, desta forma, facilitar
o controle e vigilância que obtêm sobre estas mentes vinculadas
ao mal, para que não perturbem trabalhos ou até mesmo lares e
locais.

53. O que é Umbanda de Branco, Umbanda Branca ou de Cáritas?
Na verdade, varia infinitamente, de casa para casa. Mas seus
fundamentos básicos são que algumas casas recusam-se a trabalhar
com giras de Exus, por considerá-los indisciplinados e só
trabalharem com sacrifícios sangrentos, coisas que já sabemos
incorretas, apesar de serem idéias muito confundidas. Existem
sete falanges, dominadas por Orixás, Yorimá (Pretos-Velhos) e
Yori (Crianças). Na legião de Iemanjá haveria Orixás comandando
suas subdivisões, tais como Oxum, Iansã e Nanã. Em alguns locais,
os Orixás não “descem” pessoalmente, mas são representados por
Pretos-Velhos (antigos escravos), Caboclos (indígenas) e
espíritos de Crianças (entidades evoluídas que se apresentam sob
a forma infantil). Há rituais em matas, praias, pedreiras,
cachoeiras, etc. Nela foram abolidos rituais com sangue
(sacrifícios) e magia negra.

54. O que é Umbanda Cruzada?
Chamada de Quimbanda pelos umbandistas (ditos de linha branca) e
macumba, os seus trabalhos ou feitiços. Cultuam de dez a doze
Orixás, dependendo da nação africana de origem, sendo que os
Orixás “descem” pessoalmente, podendo haver, ou não, giras de
caboclos e pretos-velhos em outros dias, intercalados. Fazem
comidas (oferendas) mais elaboradas que na Umbanda Branca e
sacrifícios animais. Nela é comum o jogo de búzios e rituais
assemelhados ao Candomblé, feitos pelo pai ou mãe-de-santo ou
babalorixá ou yalorixá. O vestuário é elaborado, há toque de
instrumentos (algumas casas de Umbanda Branca aboliram), seu
cerimonial e ritualística possuem maior quantidade de preceitos,
proibições e quizilas (proibições alimentares). Cultuam-se,
sobremaneira, os Orixás ligados à morte e aos cemitérios.


Nenhum comentário:

Postar um comentário